Copa da Paz dá exemplo de união e iniciativa em Paraisópolis

Por Aline Barbosa, para Comunicação Paraisópolis

Torcida antes das semi finais
Torcida faz barulho antes do primeiro jogo das semifinais

Iniciado há quatro anos, o torneio reúne times de todas as regiões de São Paulo e leva esse nome porque visa principalmente pregar a amizade e a união de comunidades ao redor da cidade através do futebol.
As partidas são disputadas no campo do Palmeirinha, e são patrocinadas pelo Conhaque Dreher. Mas, o fato de uma bebida alcoólica incentivar o evento não o torna desorganizado ou politicamente incorreto, pelo contrário. Segundo Chiquinho do Palmeirinha, como é conhecido o organizador e idealizador do campeonato, “não tem briga, graças à Deus, não tem morte, só eu estou aqui neste campo desde 82 e nunca morreu ninguém aqui, nunca atiraram em ninguém, nunca deram uma porrada em ninguém por causa de futebol”, conta.
O futebol é um esporte com a cara do Brasil e não poderia ser diferente em Paraisópolis.
Para Chiquinho a Copa representa muito além de diversão: “A Copa da Paz para nós (moradores e participantes) é uma forma de trazer benefícios e novas amizades”.
São gerados em torno de 30 empregos informais antes, durante e até mesmo depois do torneio. Pois todos que trabalham nele são remunerados dos gandulas aos faxineiros, todos moradores do bairro, recebem um salário. “ Os gandulas recebem, quem marca o campo recebe. Temos faxineiros que ganham o seu dinheiro(…) São mais de vinte pessoas que trabalham na organização e todo mundo recebe uma parte”, explica Chiquinho.
Ao final do evento as bolas são doadas para as crianças do bairro. Todos os gastos são bancados pelo patrocinado. “Gastamos mais de 10 mil reais para arrumar os refletores(…)São vinte e quatro refletores, quatrocentos reais cada lâmpada, quinhentos reais cada reator. É através do patrocinador que a gente sustenta essa estrutura, se não fosse a marca, não haveria”, desabafa.
A Copa da Paz é mais uma prova que a união faz a força, e que todos podem fazer a diferença.
Semifinais
A edição 2011 da Copa da Paz conta com 32 times. As semifinais foram disputadas no último sábado, 9, e foram surpreendentes.
O Unidos da Ponte, da Vila Santa Catarina, disputou a primeira vaga da final com o TUTU F.C do bairro do Iporanga, zona sul da capital. A torcida do time do Iporanga chegou “botando pressão”, mas a intimidação ficou apenas na platéia mesmo e o TUTU apenas se ‘viu’ nos gritos chorosos dos torcedores. O time da região do Jabaquara passou literalmente por cima, emplacando 3 gols contra nenhum do adversário.
O segundo jogo e provavelmente o mais esperado, foi o de um dos times da comunidade. O Grêmio de Paraisópolis começou o jogo na defensiva, enquanto o EC Alegria partiu para o ataque, marcando o primeiro gol da partida. E o primeiro tempo continuou travado. No segundo tempo o Grêmio em uma jogada de contra-ataque consegue o empate, com um gol do camisa 11, Baratinha, o que dá um gás para a partida. Apesar do time de Paraisópolis tentar a virada, o jogo acabou indo para as disputas nos pênaltis. Com cobranças sóbrias o Grêmio surpreende com uma vitória por 6 à 5 em cima do EC Alegria, dando esperanças aos moradores do bairro que nunca puderam ver um time da comunidade campeão do torneio.
Paraisópolis em peso está ansioso por esta final, que promete.
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