Projeto leva livros para bibliotecas comunitárias do Brasil

Do site do Bom Dia Brasil

Esse ano, o escritor Ignácio de Loyola Brandão foi escolhido padrinho da iniciativa. Ele visitou uma comunidade carente onde a iniciativa de um jovem está mudando vidas.

Sabe o que não tem preço? A experiência de ler um bom livro. Mas, infelizmente, muitos brasileiros ainda não têm acesso a eles. Desde o ano passado, uma fundação de São Paulo distribui livros em bibliotecas comunitárias da cidade. E agora, o projeto vai se estender a outras “prateleiras”.
Várias cidades brasileiras vão ganhar livros consagrados de autores brasileiros. Esse ano, o escritor Ignácio de Loyola Brandão foi escolhido padrinho da iniciativa. Ele foi conhecer uma comunidade muito carente onde a iniciativa de um jovem está mudando vidas.
No ano passado, quatro bibliotecas comunitárias de São Paulo e 20 cidades pequenas no estado, de 10 mil habitantes no máximo, ganharam livros e atividades para incentivar a leitura. Agora, leitores de mais 30 cidades de São Paulo, Pernambuco, Alagoas e Pará também vão ter acesso a histórias que produzem outras histórias, como a de um garoto pobre que plantou uma semente em São Paulo.
Alexandre Cabral é um garoto que desde muito cedo adorava ler. Ele cresceu na favela de Paraisópolis, em São Paulo, e tinha muita dificuldade porque a mãe trabalhava o dia inteiro e ele dificilmente tinha um livro nas mãos. Mas nunca perdeu a paixão.
O tempo passou, quando ele completou 15 anos de idade, tinha acumulado 15 livros, ao logo da vida. Olhando para os livros, ele teve uma idéia: montar uma biblioteca na sala de casa.
O fim dessa história eu não posso contar porque a história não acabou. A biblioteca continua, com outras crianças que, graças a Alexandre, descobriram que também gostam de ler.
As estantes tomaram conta da casa inteira, que vive cheia de crianças. “Era um barraquinho, com 15 livros. Com um ano chegamos a ter 8 mil, agora, temos 12 mil. E realmente foi uma mudança espetacular”, conta Alexandre, coordenador da biblioteca. “Acho que a gente plantou uma sementinha da leitura”, completa.
É só reparar nos olhos que não desgrudam das páginas.
Bom Dia Brasil: Sabe de onde saem essas histórias, esses livros?
Flávia Barbosa, de 11 anos: Não.
Bom Dia Brasil: Saem da cabeça de gente igual aquele moço ali. De camisa azul. Ele é escritor de livros.
Flávia: Nossa, que legal.
E foi assim que Inácio de Loyola Brandão, um dos mais importantes e premiados autores brasileiros, teve a honra de conhecer a Flávia, e contar para ela como as histórias vão parar na cabeça dele.
“As histórias são assim: algumas coisa que eu olho na rua e que acho que pode dar uma história. Mas, no fundo, a maior parte das histórias vêm da cabeça, como lembrança “, conta o autor.
E a cabeça do autor se encheu de lembranças. Falou da biblioteca do pai, que tinha estantes feitas de caixas de bacalhau. Do orgulho que sentia quando a professora lia redações que ele escrevia na escola. Inácio de Loyola Brandão foi o escolhido padrinho do projeto ‘livros para todos’, este ano. Mas ele acha mesmo é que ganhou um prêmio.
“Isso aqui é uma coisa que abraça. Essas estantes, inclusive, abraçam essas crianças. Eu estou muito comovido. Muito comovido mesmo. Estou sendo abraçado e estou abraçando essa meninada”, comenta o escritor.
Para a coordenadora do projeto, um ano é pouco tempo para medir o resultado do incentivo à leitura. Mas se for preciso tirar a dúvida, basta se sentar entre crianças e histórias e se emocionar com elas. “Se todo mundo tiver um espaço como esse e tiver alguém que leia uma história para eles, eu tenho certeza que o futuro deles muda”, diz Mariana Reimberg, coordenadora do programa.

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