
Uma pesquisa do instituto Data Favela, com mais de 16 mil entrevistas, revelou que 73% dos moradores de favelas brasileiras consideram o empreendedorismo um caminho mais fácil para melhorar de vida do que um emprego formal com carteira assinada (CLT). Com 35,6% já empreendendo e quase um quarto dependendo disso como principal fonte de renda, empreender deixou de ser uma alternativa emergencial e se tornou um projeto de vida para muitos.
Esse movimento é impulsionado por diversos fatores: a ascensão de mercados digitais após a pandemia, maior bancarização com o Pix, busca por flexibilidade e a dificuldade de acesso ao trabalho formal, muitas vezes distante e mal remunerado. Além disso, o Bolsa Família tem ganhado novo significado, sendo utilizado como capital inicial para pequenos negócios nas comunidades.
Apesar do crescimento do empreendedorismo, apenas 26% dos negócios possuem registro formal, revelando uma lacuna de informação e acesso à regularização. Especialistas apontam a necessidade de políticas públicas que apoiem essa nova realidade, promovendo capacitação e inclusão para que esses empreendedores possam crescer com segurança e estabilidade.