Guerreiras também sofrem

Guerreiras também sofrem

Mulheres, com muita frequência, são chamadas de “guerreiras”, especialmente quando se deseja que elas se mantenham fortes em sua caminhada, que continuem trabalhando, cuidando, resolvendo, fazendo, suportando, muitas vezes, o insuportável.

Nesse cenário, é comum a mulher se sentir obrigada a ignorar suas dores e seguir em frente, afinal, ela tem uma família para cuidar, filhos que precisam de atenção, contas para pagar, vida para ser tocada.

Diante da realidade, muitas mulheres respiram fundo e assumem o papel de imbatíveis, ignorando seus limites, o sofrimento e o cansaço.

Algumas se culpam por suas lágrimas e pelos inúmeros nós na garganta diante dos problemas, da falta de esperança ou do medo.

Outras tantas, deprimem, se revoltam ou desistem.

Já ouvi mulheres dizendo “Não quero ser guerreira, quero ser feliz!”.

O fato é que a trajetória de vida de cada mulher não é fácil nem simples.

O risco de adoecimento, em geral, é maior em relação aos homens. Segundo estudo realizado pela equipe de cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, mulheres têm maior risco de morte por infarto. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 90% dos casos de fibromialgia ocorrem em mulheres.

Em relação à saúde mental, elas também apresentam maiores índices de ansiedade patológica e transtornos depressivos.

Infelizmente, esses são apenas alguns aspectos que colocam a saúde e a vida da mulher em risco.

Jornada múltipla, estresse constante, responsabilidade com a família, condições inadequadas de trabalho, insegurança financeira, discriminação e violência fazem parte de tantos outros fatores que impactam a vida das mulheres.

Infelizmente, essa jornada de desafios começa desde cedo, expondo meninas e adolescentes a condições sociais de muita fragilidade, o que se agrava ao longo da vida.

Mas, o que a mulher pode fazer diante dessa realidade?

Não existe uma solução única ou mágica para essa pergunta, mas existem caminhos.

Desenvolver o autoconhecimento e o amor-próprio é o início da jornada de mudança.

Quando a mulher aprende a reconhecer suas emoções, suas fragilidades e forças e, assim, aprende a respeitar seus limites, ela passa a cuidar de suas prioridades e de sua vida com a devida atenção.

Cuidar de si mesma não é egoísmo, é necessidade.

Mudar de atitude perante a vida não é uma tarefa fácil, mas requer uma tomada de decisão. Talvez, uma das decisões mais importantes de toda a vida da mulher: começar a olhar para si mesma de uma forma diferente, com orgulho e amor-próprio.

Portanto, é preciso conhecer a própria essência, ter consciência do seu potencial e escolher ser “guerreira” quando quiser, chorar quando sentir vontade e falar os “nãos” necessários para ser respeitada.