Nos últimos anos, testemunhamos um avanço significativo em relação à participação e liderança das mulheres em diferentes áreas da sociedade. Na comunicação, especificamente, as mulheres têm desempenhado um papel fundamental na criação de narrativas inclusivas e no fortalecimento da representatividade feminina. No entanto, para que essa evolução continue, é crucial que as mulheres se unam, integrem outras mulheres e lutem apoio mútuo, seja por meio de mentoria, compartilhamento de experiências ou construção de redes de apoio.
Trabalhando há mais de uma década com comunicação, dos quais 10 anos foram dedicados a territórios de favela, posso afirmar que a presença e a voz das mulheres são essenciais para uma comunicação mais equitativa e abrangente. Em minha jornada, tive a oportunidade de vivenciar o poder transformador que a comunicação tem quando é conduzida por mulheres engajadas em promover mudanças sociais positivas.
Um exemplo inspirador é a Associação das Mulheres de Paraisópolis, que adotou o slogan “Nenhuma Mulher Ficará Para Trás”. Essa frase sintetiza a importância de criar um ambiente em que todas as mulheres tenham oportunidades iguais de se expressar, liderar e contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades. A associação tem desempenhado um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero e no empoderamento feminino em Paraisópolis, uma das maiores favelas do Brasil.
Além de exemplos inspiradores como o da Associação das Mulheres de Paraisópolis, é essencial mencionar algumas mulheres que ocupam cargos de destaque na área de comunicação no Brasil. Essas mulheres se destacam por seu talento, capacidade de liderança e pela quebra de estereótipos de gênero. Elas são referências e inspirações para as próximas gerações de mulheres que desejam trilhar carreiras na comunicação.
Entre as mulheres líderes na comunicação brasileira, destacam-se nomes como Ana Paula Padrão, jornalista e apresentadora de televisão; Miriam Leitão, colunista e escritora renomada; e Patrícia Campos Mello, jornalista investigativa premiada internacionalmente.
Há também as mulheres que se destacam no jornalismo e na comunicação periférica como Gisele Alexandre, editora do jornal Espaço do Povo, Gessica Carvalho, coordenadora da Agência Cria Brasil, Aline Rodrigues, Periferia em Movimento; Ju Dias, Bora Lá Comunicação e Glória Maria, Enóis. Essas profissionais são exemplos de perseverança, competência e sucesso, provando que as mulheres têm muito a contribuir e quebrando barreiras em uma indústria tradicionalmente dominada por homens.
Contudo, para que mais mulheres ocupem posições de liderança na comunicação, ou qualquer outra área que almejam, é fundamental que sejam criados espaços seguros e oportunidades de mentoria e apoio. As mulheres que já estão ocupando esses cargos têm o poder de abrir portas e fornecer orientação às mulheres que estão começando suas carreiras ou desejam ascender profissionalmente. Essa rede de apoio pode fazer toda a diferença na trajetória de uma mulher, permitindo que ela se sinta apoiada, encorajada e capacitada para enfrentar os desafios que podem surgir.