
A Grande São Paulo enfrenta um grave alerta de saúde pública após a confirmação da terceira morte associada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. Nesta segunda-feira (29), a Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou o segundo óbito no município do ABC Paulista.
Casos Fatais e Investigações:
O óbito confirmado na cidade de São Paulo vitimou um homem de 54 anos, morador da Zona Leste (Mooca/Aricanduva), que faleceu em 15 de setembro.
A vítima mais recente em São Bernardo é um homem de 45 anos que faleceu no sábado (27). Este caso soma-se a outro óbito na cidade, de um homem de 58 anos (ocorrido em 24 de setembro), e a um homem de 54 anos, na capital paulista (em 15 de setembro).
Todos os casos fatais estão sendo analisados pelo Instituto Médico Legal (IML) para comprovação da intoxicação por metanol.
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo já registrou seis casos confirmados de intoxicação desde junho e está investigando pelo menos outros dez casos suspeitos apenas na capital.
A rapidez com que as ocorrências surgiram levou a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) a emitir um alerta nacional, considerando os casos como “fora do padrão”. A suspeita é que a contaminação esteja ligada a bebidas destiladas populares, como gin, whisky e vodka, vendidas em estabelecimentos não fiscalizados.
O Perigo do Metanol:
O metanol (álcool metílico) é um solvente industrial, incolor e altamente tóxico, que não pode ser consumido por humanos. Utilizado na adulteração de bebidas alcoólicas por ser mais barato que o etanol, ele é metabolizado pelo organismo em substâncias que causam graves danos. A ingestão de pequenas quantidades pode provocar cegueira irreversível e, fatalmente, a morte. Os sintomas de intoxicação incluem visão turva, dores de cabeça intensas, tontura e enjoos, manifestando-se horas após o consumo.
Recomendação de Prevenção:
As autoridades reforçam que a única forma segura de se proteger é redobrando a atenção. Consumidores devem adquirir bebidas apenas de marcas e fabricantes legalizados, verificando sempre a procedência, o lacre de segurança, o rótulo com informações completas e o selo fiscal. Evitar produtos com preço muito abaixo do mercado ou de origem duvidosa é crucial para prevenir a intoxicação por metanol e salvar vidas.
O que diz a Secretaria Estadual da Saúde
“O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo informa que, desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol, dos quais dois resultaram em óbito – um em São Bernardo do Campo e outro na capital.
Atualmente, há dez casos sob investigação com suspeita de intoxicação por consumo de bebida contaminada, na capital.
O CVS está apoiando e monitorando o trabalho dos Municípios na fiscalização dos estabelecimentos de comércio de bebidas (distribuidoras, bares etc.) envolvidos na comercialização e distribuição dos produtos contaminados. O CVS reforça que o consumo de bebidas alcoólicas de origem clandestina ou sem procedência confiável representa risco à saúde, já que podem conter substâncias tóxicas.
A recomendação é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco”.
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