Preconceito contra pessoas devido a sua idade gera repercussão nos últimos tempos
Em março, viralizou um vídeo de três universitárias de biomedicina, debochando da colega de classe, por ela ter mais de 40 anos e estar estudando. O vídeo foi postado apenas no “close friends” (para um grupo selecionado de seguidores da rede social) mas acabou repercutindo e viralizando no Twitter, ultrapassando dois milhões de visualizações.
Mas afinal, você sabe o que é etarismo? Trata-se de uma forma de preconceito e discriminação baseada na idade, na qual as pessoas são julgadas e tratadas de forma diferente, sendo mais acentuado para os mais velhos. Ainda mais em uma era de atualizações e mudanças tecnológicas.
O especialista no mercado da longevidade, Morris Litvak, explica que para combater o etarismo é importante promover a conscientização sobre o problema e incentivar uma mudança cultural em relação ao envelhecimento: “Isso pode ser feito por meio da educação, da criação de políticas públicas, da promoção da diversidade etária nas empresas (com o apoio da alta liderança) e da valorização das contribuições das pessoas mais velhas para a sociedade e para o futuro do país, que será cada vez mais maduro”, diz.
Para a estudante de psicologia Samara Lira, de 40 anos, nunca uma pessoa mais jovem terá a bagagem e experiência de alguém que está há anos no mercado de trabalho, portanto, o que pode ser feito é uma troca de experiências.
“Qual a diferença de uma informação para um conhecimento? O conhecimento são informações acumuladas que encadeadas uma a outra você se torna um especialista, ou seja, é a diferença de um profissional júnior para um sênior”, explica Samara.
Apesar desses episódios de etarismo, percebe-se que está sendo construído uma consciência que independente da idade, o conhecimento e experiência que as pessoas carregam valem bem mais do que apenas descartá-las da sociedade, e para a população brasileira que a tendência é ser cada vez mais velha o ideal é preparar-se para uma vida longeva.
Investir na saúde física e mental, manter-se ativo e engajado com a vida, construir relacionamentos saudáveis e buscar oportunidades para aprender e crescer ao longo da vida. Além disso, também planejar-se financeiramente para garantir uma segurança financeira ao sair do mundo corporativo ou se aposentar.
Mercado de trabalho para os 50+
Os idosos correspondem a quase 15% da população brasileira e de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 a expectativa de vida no Brasil era de 76,6 anos. Ou seja, cada vez mais a população brasileira será composta de pessoas mais velhas, sendo necessário quebrar paradigmas.
De olho nesse público em potencial, algumas iniciativas têm criado soluções para incluir a população mais experiente no mercado de trabalho. É o caso da Maturi, empresa que surgiu em 2015 para apoiar as estratégias de diversidade etária e geracional das organizações, levando capacitação sobre as mudanças demográficas da força de trabalho e atraindo os melhores profissionais 50+.
“O mercado de trabalho tem mudado em relação à população 50+. Muitas empresas estão começando a reconhecer o valor das habilidades e experiências das pessoas mais velhas e estão implementando programas para atrair e reter trabalhadores mais velhos”, conta Morris. Temos percebido um movimento interessante de empresas buscando a Maturi nos últimos anos, indicando uma tendência a valorizar mais o tema”, completa.
Para conhecer mais sobre essa iniciativa, clique aqui.