STF mantém prisão de suspeitos do assassinato de Marielle Franco 

STF mantém prisão de suspeitos do assassinato de Marielle Franco 

A principal razão por trás do assassinato de Marielle e Anderson, está relacionado à disputa pela regularização de territórios no Rio de Janeiro

Nesta segunda-feira (25), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concordou plenamente em manter detidos os três suspeitos de conspirar e ordenar o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os homicídios aconteceram em 2018.

A decisão de prisão foi analisada de forma virtual durante uma sessão de julgamento de 24 horas, iniciada nas primeiras horas desta segunda-feira (25). Em sua determinação, Moraes afirmou existirem “fortes indícios de materialidade e autoria” em relação ao planejamento do assassinato pelos três detidos, assim como manobras para encobrir os responsáveis pelo crime e interferir nas investigações. 

Além do relator, apenas Dino apresentou um voto por escrito, no qual justificou que as prisões preventivas são necessárias diante de um “ecossistema criminoso” que teria sido estabelecido dentro do Poder Público para ocultar os autores do crime. Os ministros seguiram o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou que se os três “permanecerem em liberdade, continuarão a obstruir os trabalhos da Polícia Judiciária, utilizando-se de seu poder econômico e de contatos com redes ilícitas no Município do Rio de Janeiro”.

Domingos e Chiquinho Brazão, juntamente com o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, foram presos na manhã de domingo (24) durante a Operação Murder Inc e foram conduzidos pela Polícia Federal para Brasília, onde chegaram por volta das 16h.

No caso de Chiquinho Brazão, que é deputado federal, a Constituição Federal estipula que sua detenção deve ser analisada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que decidirá sobre sua permanência ou libertação. A data da sessão ainda não foi divulgada, mas está prevista para os próximos dias.

A principal razão por trás do assassinato de Marielle e Anderson, conforme revelado no relatório de investigação da PF, está relacionada à disputa pela regularização de territórios no Rio de Janeiro. Durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou que as investigações policiais resultaram em uma compreensão completa sobre os mandantes dos crimes, bem como os executores e intermediários envolvidos.

Marielle e Anderson foram mortos a tiros na central do Rio de Janeiro em março de 2018.