Por Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
Na Vila Olímpia, em São Paulo, dezenas de pessoas já aguardam abertura dos portões para evitar imprevistos
Quatro horas antes do início do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), às 10h deste sábado, o estudante Fabio Brandão, 18 anos, já estava sentado ao lado da porta da Universidade Anhembi Morumbi, na Vila Olímpia, bairro nobre de São Paulo. Morador de Paraisópolis, uma das maiores favelas em urbanização da capital paulista, ele não conhecia a região onde fará o teste e não quis arriscar: “É meu primeiro Enem, toda a minha família está ansiosa.”
Filho de empregada doméstica e de segurança, o jovem quer usar a nota no exame para cursar Geopolítica. “Ainda não sei onde, mas estou bem decidido quanto ao curso”, diz.
Aluno da escola estadual Maria Zilda Gamba Natel, ele reforçou os estudos com leituras pela internet e programas jornalísticos na televisão.
Diante da faculdade, com o cartão de inscrição na mão horas antes da abertura dos portões, disse que iria apenas se concentrar. “O Enem pode mudar minha vida, pode me mandar para outro lugar do Brasil. Hoje é um dia muito importante.”
Minutos depois, às 10h20, já havia dezenas de participantes em frente ao local de prova. Josiane Pereira de Lima, de 26 anos, candidata a uma vaga em Medicina, disse que gosta de chegar mais cedo para meditar. “No ano passado, eu cheguei às 9h30. É uma forma de já tirar parte da ansiedade”, afirma.
Ela veio de Rio Pequeno com o namorado e “professor particular” Davi Homem de Mello Castanho, de 24 anos. “Estudo química, então consigo dar uma força para ela e hoje também vim mostrar o caminho”, disse.
Os portões dos 14 mil locais de prova onde o Enem será aplicado serão abertos ao meio-dia do horário de Brasília. O Ministério da Educação recomenda aos mais de 5,3 milhões de participantes que cheguem por volta deste horário para evitar que não estejam dentro do prédio às 13h, quando os portões serão fechados.