Do Site do Comitê Olimpico Brasileiro
A chegada foi emocionante. A diferença entre os dois primeiros colocados foi tão pequena, que Leandro Prates não quis comemorar a vitória antes da confirmação do resultado pela organização da prova. Mas, como o placar já havia anunciado, o brasileiro conquistou a medalha de ouro dos 1.500m dos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011, nesta quarta-feira, no Estádio de Atletismo, ao superar o equatoriano Byron Efren Piedra por apenas um centésimo de segundo. Leandro marcou 3m53s44, contra 3m53s45 do rival.
A estratégia adotada por Leandro na prova se mostrou perfeita. O brasileiro passou praticamente toda a disputa na quinta colocação, sem permitir que os líderes desgarrassem. Faltando 300 metros para a linha de chegada, ele acelerou a passada e chegou à reta final já na primeira colocação. O equatoriano, contudo, tentou recuperar a diferença nos últimos metros e cruzou a linha de chegada praticamente junto do brasileiro. Todo o esforço de Byron não foi suficiente para tirar a medalha de ouro do pescoço de Leandro, em que pese toda a reclamação do equatoriano, que não se conformou com o resultado.
Alheio aos protestos do adversário, Leandro admitiu ter ficado na dúvida quanto ao resultado da prova. “Fiquei na dúvida se havia vencido. Antigamente, ficava preocupado com adversário quando estava chegando na reta final. Desta vez, me preocupei apenas em correr. Só percebi o equatoriano quando estava em cima da linha de chegada”, explicou .
Leandro reconhece o desgaste sofrido durante a prova. “Terminei bem desgastado. Fiquei treinando 30 e poucos dias para me adaptar à altitude. Queria uma medalha, não importava a cor. A de ouro, é claro, foi muito melhor”, disse.
Empolgado pelo primeiro ouro pan-americano de sua carreira, Leandro já está com a cabeça voltada para Londres 2012. Com o tempo obtido em Guadalajara, ele está a apenas quatro segundos do índice olímpico. “Meu sonho é garantir a classificação para Londres. Sei que preciso melhorar. Para os 1.500m tenho ainda pouca velocidade. Por disso, já pensei até em passar para os 5.000. Aliás, essa é uma hipótese que ainda está na minha cabeça”, revelou.
Soldado da Escola de Educação Física da Policial Militar de São Paulo, Leandro precisou se afastar de suas atividades profissionais para participar dos Jogos Pan-americanos. “Agradeço aos colegas pela possibilidade de estar aqui. Mas, na segunda- feira (dia 31), já estarei de volta. Para servir à população preciso de bom condicionamento físico. E o atletismo só me ajuda”, comentou o atleta, que compete por uma ONG sediada na Comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Um dos orgulhos de Leandro é o trabalho que desenvolve na instituição com crianças entre 8 e 15 anos. “Duas crianças do projeto já vão treinar nos Estados Unidos”, contou Leandro, sem esconder a alegria com o sucesso do trabalho da ONG que apoia.