Do G1
Carolina Iskandarian
Favela de SP quer arrecadar fundos para comprar prédio de escola.
Há quadros de Osmar Santos e camisas de futebol para serem leiloados.
A segunda edição do leilão para arrecadar fundos em benefício dos moradores de Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, está prevista para a segunda quinzena de novembro. Neste ano, uma das principais peças é uma gravura de Pelé fazendo um gol de bicicleta. A imagem, do artista sul-africano Athol Moult, foi doada pelo ex-jogador. Segundo a organização do evento, só há dez iguais no mundo.
O objetivo da União de Moradores de Paraisópolis é conseguir pelo menos R$ 1,3 milhão com a venda das peças. O dinheiro já tem destino certo. “Precisamos de R$ 1 milhão para comprar a sede da Escola do Povo e mais R$ 300 mil para a reforma”, afirma Gilson Rodrigues, presidente da associação. Ele conta que o dono do prédio, erguido na favela, cobra mensalmente R$ 7.500.
“Bata o Martelo por essa causa” Leilão Escola do Povo 2011 é o nome do evento, que tem como um dos principais organizadores e padrinhos o cabeleireiro das celebridades Wanderley Nunes. Cabe a ele convidar artistas e empresários que se tornem compradores em potencial das peças. O ex-locutor esportivo Osmar Santos doou dois quadros pintados por ele e o São Paulo deu uma camisa 10 autografada por todo o time. A expectativa é, até novembro, conseguir muito mais, como vestidos e acessórios usados por gente famosa.
No leilão realizado em agosto do ano passado, a principal estrela da festa foi o empresário Eike Batista, que levou para casa o terno usado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira posse, em 2003. O traje foi arrematado por R$ 500 mil.
Para 2011, Rodrigues estima que o evento não vá ter tantos itens “famosos”, como o boné doado por Bono Vox e a guitarra enviada por Mick Jagger especialmente para a ocasião.
“O projeto é para beneficiar a comunidade e não promover as celebridades, mas elas são sempre muito bem-vindas”, diz Rodrigues. “A Escola do Povo é o principal projeto de Paraisópolis. Temos só gente da comunidade trabalhando nela”, conta o presidente da União dos Moradores. De acordo com ele, desde que foi criada, em 2007, a escola já formou 3.100 adultos e adolescentes. Além de alfabetização, eles têm aulas de informática.