Por Flaviane Fernandes, para Comunicação Paraisópolis
Uma porta aqui, um degrau ali e aos poucos o espaço onde é produzido o Sarau de Paraisópolis é revelado. Mais do que algo físico, o que se vê por todas as partes é a arte ganhando forma, tom e ritmo. As salas de oficinas são testemunhas do esforço e empenho de alunos e educadores em busca de um único objetivo, o Sarau que acontece como sempre no último sábado de cada mês.
Os jovens que são os protagonistas do espetáculo, assim como a produtora Vanda Mafra Falcone e a diretora Miriam de Castilho, sabem da responsabilidade de não fazer feio e por isso tudo deve ser feito com zelo e preparo. Ao passar pelas portas é possível enxergar o trabalho ganhando forma, vida.
Não há repetições, sempre há algo novo para ser mostrado e par isso não acontecer, o talento aliado ao empenho é arma essencial.
“Quem está aqui está porque quer, porque gosta”. Fala Vanda Falcone, a idealizadora do projeto.
Até agora foram apresentados alguns saraus, e com a aproximação do próximo, a maior satisfação de Vanda é olhar o que foi sendo transformado ao longo das apresentações.
“Para ter o depois é importante observar o antes”, afirma ela. O sarau é o desfecho do que é produzido. E esse antes é mostrado de modo concreto, contado nas próprias paredes coloridas, nas cadeiras e mesas. Tudo é preparado, pensado e transmite arte.
No final desse mês, o Sarau de Paraisópolis abordará a poesia latina americana, tema esse que já está na mente e coração dos jovens.
A absorção pela comunidade, aos poucos é percebida, na platéia, a família dos jovens é presença marcada e essa é uma prova de que o resultado está cada vez mais visível.
A cultura é um despertar, precisa que muitos cooperadores auxiliem em sua divulgação, e o Sarau precisa sair de dentro da comunidade e ganhar espaço em outras mídias, ele deve ser transmitido para além dos muros. A produção cultural já é uma certeza, mas o incentivo a ela precisa ser maior.
O boca -a – boca é essencial, e os convidados é fruto do trabalho dos jovens que contam para seus amigos, de cartazes colocados, e de anúncios feitos na radio Nova Paraisópolis. Mas a divulgação ainda é pequena, comparada ao significado cultural que o sarau representa para quem o faz e o poder de transformação que ele pode ter, uma vez que alcançar um número maior de pessoas
Os meninos e meninas que o faz já haviam experimentado o gostinho da cultura em outros locais que faz trabalhos paralelos com o que hoje é feito pelo Programa Einstein. E isso contribuiu para que eles desenvolvessem desde cedo o amor pela arte. Essa é uma prova de que quanto maior for o número de defensores e apoiadores de projetos como esse, maior será o resultado nas vidas de moradores de comunidades que lidam constantemente com desafios, dentro desses, a violência é o maior.