Conheça o ativista periférico do Grajaú que tem a missão de representar os territórios periféricos em Brasília

Conheça o ativista periférico do Grajaú que tem a missão de representar os territórios periféricos em Brasília

Guilherme Simões assumiu a nova Secretária Nacional de Políticas para Territórios Periféricos, pasta de sob gestão do Ministério das Cidades 

Cria do Grajaú, periferia mais populosa da cidade de São Paulo, Guilherme Simões (38), em janeiro foi nomeado Secretário Nacional de Políticas para os Territórios Periféricos pelo Ministério das Cidades, pasta criada pelo atua Governo. O secretário tem a missão de representar, periféricos, favelados, e desenvolver iniciativas que os coloquem no centro e sejam protagonistas em seus territórios e também na política.

No início deste mês, Guilherme concedeu uma entrevista exclusiva para nossa equipe, onde falou sobre sua trajetória e também sobre o papel assumido por ele na nova secretaria. 

“A criação da secretaria é uma conjunção de fatores, uma soma de coisas. Uma reivindicação histórica dos movimentos sociais, das entidades periféricas, agora temos um espaço dentro do governo para pensar política pública de acordo com o que a gente vive, que a gente sente, que a gente sofre”, conta Guilherme.

Quem mora na periferia carrega consigo anseios, incômodos, causas, e com Guilherme não é diferente. Ele conta que foi durante uma visita à ocupação do Movimento dos Trabalhadores sem teto (MSTS) em Taboão da Serra (SP), que se encontrou na luta popular.

“A partir dali eu percebi que era um lugar que acolhia muito os meus incômodos, pois eu já estava estudando e já tinha um senso crítico e entendia que a cidade. Na verdade, era um fosso social que separava ricos e pobres, pretos e brancos”, lembra.

Por ser periférico e estar engajado no ativismo social, entende perfeitamente quais são as necessidades de quem mora nas favelas. Ele conta o que motivou o Governo a criar essa secretaria. “Durante a campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula, ele visitou o Complexo do Alemão, favela do Rio de Janeiro, e foi recebido por comunicadores comunitários e ativistas que entregaram em suas mãos um plano de ação popular que o deixou impressionado. Ele falou que, se fosse eleito, iria dar uma resposta para esse plano popular que traz toda a solução dos problemas do território, ou seja, os próprios moradores e movimentos periféricos têm desenvolvido políticas públicas para si mesmos, é a potência gerando resultados”, conta Guilherme.

O secretário ressaltou durante a entrevista que, apesar de ter um orçamento apenas de 500 milhões para desenvolver critérios que vão de encontro com as atribuições da pasta, que são urbanização de favelas e prevenção de riscos, fará o que for possível para que as favelas estejam mobilizadas e, que os agentes periféricos sejam protagonistas e que proponham políticas, mas que também ajudem a executá-las.

Durante o mês de março, o secretário estará em caravana nas favelas pelo país para  conhecer iniciativas que podem construir políticas públicas como na cultura, educação, saneamento, moradia. “Vamos dar visibilidade e mostrar força, mostrar que o território periférico que muitas vezes é visto como um lugar de abandono, de ausência, é também um lugar de muitas possibilidades, de muita potência”, finaliza Guilherme.