A tecnologia pode ser uma aliada na hora de encontrar o “par perfeito”, mas alguns cuidados precisam ser tomados.
Sexta-feira a noite e você está solteira e sozinha em casa. Bate aquela vontade de trocar ideia com alguém, mas você sabe que naquele horário suas amigas devem estar se divertindo com seus os companheiros. É nessa hora que muitas solteiras e solteiros recorrem aos aplicativos de relacionamento, redes sociais criadas para quem está em busca de um encontro casual ou à procura do “par perfeito”.
De acordo com dados divulgados pela Instituto Favela Diz, mais de 59% dos moradores de Paraisópolis se declaram solteiros, ou seja, mais de 50 mil pessoas adultas, apenas em uma comunidade paulista. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2020, nos últimos dez anos o número de pessoas solteiras cresceu de 10,4% para 14,6%.
Riquesia Christine Leite, 26 anos, moradora do Capão Redondo, acaba de deixar de fazer parte dessa estatística, já que há alguns meses começou a namorar graças a um aplicativo de relacionamento: “eu já estou no meu segundo relacionamento sério através do Tinder. Conheci uma pessoa pessoa legal da primeira vez e já estou há 4 meses com essa segunda pessoa”, disse.
Já para Leonardo Almeida, 31 anos, morador do Jardim Ângela, solteiro há pouco tempo, os aplicativos de relacionamento são sim uma alternativa para conhecer pessoas interessantes, mas cada app tem o seu “público” e se reconhecer dentro desses espaços vistuais é muito importante.
“Eu não gostava de usar app, achava que o Tinder não tinha nada a ver comigo. Eu gosto do Denga porque é um aplicativo voltado pra população preta e eu me identifico com as pessoas que estão lá”, conta Leonardo. “O Denga é o aplicativo que eu mais me sinto à vontade pra encontrar pessoas, porque fazem parte do meu mundo, do meu rolê”, completa.
A questão do público é bastante forte nos aplicativos. Confirma uma breve descrição dos seis apps mais citados pelos nossos leitores:
Tinder: por ser o mais conhecido, as chances de macth são maiores, já que há muitos usuários inscritos nesta rede. Porém, nem todos os perfis são confiáveis e poucos são verificados, sem contar que app é conhecido por ter muitos golpistas se aproveitando da carência das pessoas para se dar bem.
Bumble: esse app é um dos mais eletizados da categoria, já que a maior parte das funcionaldades são pagas (e caras). Além disso, em pouco tempo de uso é possível notar que os usuários desse aplicativos estão acima da faixa dos 30 anos, normamente tem uma vida estável e estão em busca do “par perfeito”.
Denga: o mais adorado pelas pessoas solteiras das periferias e favelas, esse app tem como característica o recorte racial, ou seja, ele fortalece o amor entre pessoas pretas e pardas. Apesar de estar ganhando cada vez mais o gosto dos solteiros, o app ainda não tem tantos usuários como os concorrentes, o que limita um pouco o macth.
Happn: ótima opção para quem quer arranjar um encontro com alguém que mora nas redondezas, esse é o diferencial desse app. Apesar de ter uma proposta interessante, ainda não é muito conhecido e, como utiliza o recorte territorial para encontrar pessoas, não é tão atrativo para quem mora em favelas e periferias.
Grindr: o mais famoso app voltado para o público gay, também é um dos mais acessados por golpistas que usam a solidão para aplicar golpes. Apesar ter sido considerado o primeiro app da comunidade LGBTQIAPN+, ele se foca, principalmente, nas relações homoafetivas masculinas.
Her: para atender um nicho de mercado que não se sentia incluído nos app existintes, essa rede social tem como objetivo promover o amor entre mulheres cis (lesbicas), pessoas transexuais e não binárias.
Amor com segurança
Apesar de muitos optarem pela liberdade como estado civil, o romance nunca sai de moda. Isso explica o crescimento dos aplicativos de relacionamento existentes no mercado, são certa de 15 opções, cada uma deles com seu diferencial. Apesar da variedade, ainda há muitas questões senvíveis que precisam ser levadas em conta na hora de escolhar em app.
Riquesia, que antes de namorar utilizava os apps Tinder e Bumble, diz que já deixou de sair com pessoas que conheceu pelo apps, por medo: “não da pra saber verdadeiramente quem está do outro lado da tela. Eu particularmente sempre peço o Instagram pra ver se tem fotos reais e tentar ao máximo me sentir segura com informações do usuários”, completa.
Recentemente, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou à BBC News Brasil que “mais de 90% dos sequestros registrados em São Paulo são feitos a partir de relacionamentos formados a partir de perfis falsos criados em aplicativos como o Tinder”. Na mesma reportagem, a BBC afirma que, diante dos dados oficiais recebidos, é possível dizer que 9 em cada 10 sequestros em São Paulo são “golpes do Tinder”.
Confira 13 dicas para se manter seguro:
- Mantenha as conversas dentro do aplicativo de relacionamento
- Nunca envie suas informações pessoais como número de documentos e/ou dados financeiras
- Pergunte se a pessoa utiliza outras redes sociais, como Instagram
- Desconfie de perfis novos e de fotos produzidas de maneira profissional
- Não tenha pressa para marcar o primeiro encontro
- Marque sempre em lugares públicos
- Use transporte por aplicativo ou próprio
- Não deixe bebidas ou itens pessoais fora do seu alcance
- Conte a seus amigos e parentes sobre seu encontro
- Se você se sentir desconfortável, vá embora
- No caso da relação evoluir, proteja-se usando preservativo
- Cuidado com relacionamentos à distância e internacionais
- Denuncie se perceber comportamentos suspeitos ou ofensivos