O final de 2022, com a COP27, marcou o início da fase de estruturação burocrática do empreendedorismo de bionegócios sustentáveis e fomento da bioeconomia nas comunidades OCAS da Amazônia, onde, especificamente, existe a parceria do G10 Favelas na baixada do Jurunas.
A mais de uma década que a missão estratégica de entrar de forma endógena nas comunidades, praticando a arte junto dos detentores locais, para despertá-los ao empreendedorismo de bionegócio foram identificadas por profissionais ligados à preservação da biodiversidade amazônica, haja visto que a economia de ecossistemas Brasil apresenta um imenso capital natural, “o que inclui pelo menos 13% de todas as espécies mundiais (Lewinsohn, 2006), a maior área de florestas tropicais – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – Food and Agriculture Organization (FAO, 2006), e aproximadamente 16% das águas doces do planeta (Tundisi, 2005), entre outros, o que gera bem-estar para as populações humanas em todas as escalas, desde local até globalmente”.
As oportunidades empreendedoras com a participação de familias das comunidades com modo de vida tradicional, ligados ao extrativismo, é bastante diversa e tem capacidade de atingir larga escala se for valorizada segundo o alto valor agregado e o baixo custo ambiental, a produção de alimentos orgânicos, o ecodesigner, as bebidas fermentadas (vinhos, destilados e probióticos), o biocombustível, embalagens 100% biodegradáveis, a cosmetologia, o ecoturismo e a inovação tecnológica em casa e construção sustentável que, de acordo com a Business Comissioner, consistem em 12 trilhões de oportunidades até 2030.
Dentre estas oportunidades podemos destacar o projeto “Beneficiamento do Coco” na comunidade remanescente quilombola “Vila Real” de agricultura familiar, que foi capacitada em 2020, durante a pandemia, para que pudesse sobreviver à fome e ao desemprego. A operação está baseada na colheita de centenas de frutos caídos no chão, o coco que é um fruto carnoso, de casca fibrosa, endocarpo duro, de semente esbranquiçada e suculenta. O beneficiamento utilizada todas essas partes do coco, para produzir ecoprodutos, leite do coco, óleo de coco que podem ganhar escala na alimentação e na indústria de cosméticos, juntamente com a compostagem para melhoramento do solo em hortas comunitárias e ecodesigner de bioembalagens para orquídeas com a fibra do coco tratada. No que diz respeito a nova ordem dos tratamentos de beleza, temos a saboaria artesanal vegana que tem escalado mais de 20 mil sabonetes de 25g/ano, abastecendo toda rede hoteleira da região, bem como pequenos comércio parceiros que valorizam a produção local. O beneficiamento é uma grande característica de projeto com mecanismo de desenvolvimento limpo, que atualmente foi estabelecido como uma flexibilização para que a redução das emissões de gases do efeito estufa, o qual entra no Hub de negócios do “crédito de carbono”os as negociações com multinacionais interessadas já vem se intensificando a algum tempo, ou seja, as emissões evitadas podem compensar as realizadas por empresas cuja operação poluem o meio ambiente.
O Protocolo de Kyoto, adotado em 1997 tem como objetivo diminuir a emissão de gases do efeito estufa, como o CO2. Atualmente, há algumas formas de investir em crédito de carbono: via tokens, fundos de investimentos e via Certificados de Operações Estruturadas (COEs), que estão disponíveis em algumas corretoras. Um dos tokens mais famosos é o Moss Carbon Credit (MCO2), que foi criado pela plataforma brasileira MOSS. O token tem seu lastro ligado aos créditos de carbono. Na prática, a criptomoeda entra nesse mercado ao tokenizar os créditos, permitindo que qualquer pessoa possa negociar os ativos e não só lucrar com ele, mas ajudar a incentivar estratégias que ajudem o meio ambiente, como é o caso do projeto “Beneficiamento do Coco”. Graças a estas iniciativas empreendedoras como estas, o potencial de geração de receitas com crédito de carbono no Brasil, pode chegar a US$ 120 bilhões até 2030.