Toda mulher tem o direito de estar em lugares onde possa prosperar. E para isso, mulheres e todos os que as rodeiam precisam saber e acreditar na capacidade que cada mulher tem em lidar com as finanças.
Se falar de dinheiro na nossa sociedade já é difícil, imagina para as mulheres que até 1960 não podiam ter conta em banco sem a autorização do marido. Que ganham até 30% a menos do que os homens para fazer o mesmo serviço. Que sofrem com sobrecarga do trabalho do cuidado (Trabalho do cuidado é quando você destina um tempo do seu dia para cuidar de alguém: filhos, marido, casa, idosos e sem receber nada por isso).
Que através da sociedade, família e vida formaram crenças limitantes, que são estados mentais adquiridos ao longo da vida sobre certo tema e se tornam verdades absolutas restringindo e impedindo de seguir.
“Homens sabem cuidar melhor do dinheiro do que as mulheres. O mais certo seria: mulheres e homens têm a mesma capacidade de cuidar do próprio dinheiro. A mulher foi historicamente afastada de alguns campos e dinheiro foi um deles. Falar e querer dinheiro era algo proibido e distante. Limitações como essas: da conta bancária e da frase acima deixou marcas que atravessam gerações e atrapalhando muito essa relação: MULHER X DINHEIRO.
O fato é que a vulnerabilidade da mulher não está somente relacionada a questões financeiras, mas também a fatores sociais e culturais, porém ocorre que a mulher que tem uma relação mais próxima com o dinheiro, sem se desconectar com a sua essência, tem também mais autonomia para ditar as próprias regras, pois a autonomia (capacidade de se guiar com os próprios meios) gera liberdade e liberdade é ter poder de escolha.
Bem, desde 1960 já se foram 62 anos e hoje a conta bancária já pode ser aberta sem autorização do marido, porém o tabu em falar desse tema persiste. E afinal, o que é preciso fazer para isso mudar?
Primeiro: é importante deixar claro que falar de dinheiro, é falar sobre nós, falar de nossas qualidades, das nossas inseguranças e até mesmo sobre o nosso papel na sociedade. Afinal, como iremos ensinar próximas gerações? Que mundo queremos deixar para essas meninas e meninos? Um mundo com mais igualdade, com mais respeito e amor?
Segundo: todas as mulheres são sim capazes de tratar o seu dinheiro, saiba suas prioridades, tenha orgulho da sua história, não se culpe e não julgue nem você e nem as amigas, acolha.
Terceiro: fale de dinheiro de forma respeitosa e cortês. Você é capaz!
Esse já é um bom começo para que esse relacionamento MULHER X DINHEIRO evolua para uma relação mais segura e saudável, de proximidade, de cumplicidade e de autonomia.
Para romper esse ciclo, esse modelo mental e esse distanciamento é simples: converse sobre o assunto, se informe e admire outras mulheres e suas condições. Admirar e apoiar a história de cada uma, sem julgamento e com acolhimento é um fator de mudança muito importante nesse processo.
Informação, conversa e discussões sobre temas que são tabus, geram confiança e confiança gera liberdade. Dinheiro é, sim, assunto para mulher e quanto mais for falado, maiores as chances dessa relação se tornar mais positiva e forte. Afinal, quanto mais conhecimento, mais confiança, certo? Vamos conversar?