Violência policial contra moradores da ocupação Nova Esperança em Paraisópolis (SP)

Violência policial contra moradores da ocupação Nova Esperança em Paraisópolis (SP)

“Estamos aqui porque não temos para onde ir”, disse um dos moradores

Na manhã desta quarta-feira, 1º de novembro, ocorreu o despejo de moradores na ocupação Nova Esperança, localizada em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Tanto a Polícia Ambiental quanto a Guarda Civil Metropolitana (GCM) estavam presentes, e houve relatos de violência policial contra mulheres e crianças.

Segundo os moradores, a polícia chegou por volta das 9h da manhã sem aviso prévio sobre o despejo das casas. As pessoas estavam emocionalmente abaladas e indignadas com a situação. O marido de Vitoria Felix dos Santos  foi detido dentro de sua própria residência, pois se recusava a sair, sendo conduzido à força para a viatura.

A esposa do homem detido, Vitória Felix dos Santos, estava profundamente afetada pela situação. Ela desabafou: “Olha o que fizeram com as minhas coisas, tudo jogado na rua. Para onde eu devo ir agora? Eles (os policiais) têm para onde ir, mas eles chegam aqui e despejam todo mundo.”

Outra moradora da ocupação, Fernanda Martins, informou que cerca de 200 a 300 famílias vivem na área afetada. Ela destacou: “Estamos aqui porque não temos para onde ir. Derrubaram as casas das famílias, incluindo crianças, sem consideração pelas crianças. A ação foi excessivamente violenta.”

Tratores foram utilizados para demolir algumas das casas e caminhões para remover os entulhos e restos de madeira que sobraram.

Tevis Silva, outro morador da ocupação, expressou sua indignação com a atitude da polícia: “Nós já estamos morando aqui, com mulheres e crianças, e a subprefeitura do Campo Limpo sempre vem com essa brutalidade, agredindo moradores, inclusive crianças.”

A equipe do Espaço do Povo procurou o representante da Secretaria do Verde e Meio Ambiente que estava presente no local, mas ele não quis se pronunciar sobre o assunto.