As mulheres, em média, ainda recebem 21,3% a menos que os homens para o mesmo trabalho
A pesquisa “Mulheres no Mercado de Trabalho”, conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base em dados da PNADc do IBGE, revela um cenário com progressos, mas também com desafios persistentes para a igualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro.
Redução da disparidade salarial, mas ainda distante da igualdade:
- O índice de paridade salarial subiu de 72 em 2013 para 78,7 em 2023, aproximando-se, mas ainda distante do ideal de 100.
- As mulheres, em média, ainda recebem 21,3% a menos que os homens para o mesmo trabalho.
Aumento da participação feminina em cargos de liderança, porém abaixo da representatividade:
- A proporção de mulheres em cargos de liderança cresceu de 35,7% em 2013 para 39,1% em 2023.
- Apesar do aumento, a representatividade feminina ainda está longe de ser proporcional à população feminina, evidenciando a necessidade de medidas para impulsionar a ascensão das mulheres na carreira.
Crescimento do índice de empregabilidade feminina, mas com desafios:
- O índice de empregabilidade das mulheres subiu de 62,6% em 2013 para 66,6% em 2023, um aumento de 6,4%.
- No entanto, as mulheres ainda enfrentam mais dificuldades para ingressar e se manter no mercado de trabalho em comparação com os homens.
Mulheres: mais escolaridade, mas sobrecarga com trabalho reprodutivo:
- As mulheres têm, em média, 12 anos de estudo, contra 10,7 anos dos homens.
- Apesar da maior escolaridade, elas dedicam mais tempo ao trabalho reprodutivo (atividades domésticas e de cuidado com familiares).
- Entre as mulheres empregadas, a jornada de trabalho reprodutivo é de 17,8 horas semanais, enquanto para os homens é de 11 horas.
- Entre os desocupados, a diferença aumenta: 24,5 horas semanais para mulheres e 13,4 horas para homens.
A pesquisa revela avanços na participação das mulheres no mercado de trabalho, mas também destaca a necessidade de ações para reduzir a disparidade salarial, aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança e diminuir a sobrecarga das mulheres com o trabalho reprodutivo.
Em julho de 2023, o governo federal sancionou uma lei que marca um momento histórico na luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho. A nova lei garante a igualdade salarial entre homens e mulheres e implementa medidas para tornar os salários mais justos, combatendo a discriminação e facilitando o acesso à justiça para as mulheres.
Empresas com 100 ou mais funcionários agora são obrigadas a fornecer relatórios semestrais transparentes sobre salários e critérios de remuneração. Estes relatórios detalhados permitirão a comparação objetiva entre os salários e remunerações de homens e mulheres, possibilitando a identificação de disparidades e promovendo a equidade. A lei prevê punições administrativas para empresas que descumprem a norma.