A principal forma de prevenção é a vacinação contra o HPV disponível gratuitamente para meninas e meninos de 9 a 14 anos no SUS
Março Lilás é uma campanha anual de conscientização sobre o câncer de colo de útero, um dos tipos mais comuns entre as mulheres e que pode ser prevenido. A campanha tem como objetivo aumentar a compreensão da doença, seus riscos e a importância da detecção precoce e da vacinação contra o HPV. A principal forma de prevenção é a vacinação contra o HPV, que protege contra o vírus que causa a maioria dos casos da doença. A vacina é segura e eficaz, estando disponível gratuitamente para meninas e meninos de 9 a 14 anos no Brasil.
O imunizante contra o Papilomavírus Humano (HPV) é extremamente importante na prevenção da infecção por esse vírus. O HPV é de fato o principal causador do câncer cervical e está associado a várias outras doenças, incluindo verrugas genitais e cânceres de outros órgãos genitais, garganta e boca. As mulheres são mais frequentemente afetadas, especialmente aquelas que vivem com HIV ou AIDS, que estão em maior risco de desenvolver complicações relacionadas ao HPV, como infecções múltiplas, verrugas anogenitais, lesões pré-cancerosas e câncer cervical.
A imunização contra o HPV é uma estratégia crucial para reduzir a prevalência dessas doenças e proteger a saúde pública. Ao prevenir a infecção pelo HPV, a vacinação pode reduzir significativamente a incidência de câncer cervical e outras complicações associadas ao vírus.
As taxas de vacinação têm caído no país, de acordo com dados recolhidos pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) no DataSUS, do Ministério da Saúde, houve queda de 72% da aplicação em meninas e 52% em meninos, nos períodos de 2015 a 2021 e 2018 a 2021, respectivamente.
“A tetravalente contra o HPV, atualmente disponível gratuitamente para meninas e meninos de 9-14 anos, e para adultos imunossuprimidos até 45 anos, protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, os principais causadores da doença. É preocupante para todos ver esse tipo de tumor avançando quando sabemos que ele é altamente prevenível”, explica a oncologista Marcela Bonalumi.
Além da imunização, que é vista como uma medida de prevenção primária, é crucial realizar exames ginecológicos de rotina, como o Papanicolau, dos 25 aos 64 anos de idade. “Esses exames são essenciais para detectar lesões pré-cancerosas e agir prontamente contra o câncer do colo do útero”, enfatiza Marcela. É importante ressaltar que mesmo as mulheres vacinadas contra o HPV devem continuar realizando esses exames, pois a vacina não protege contra todos os tipos de vírus associados ao câncer cervical.
Apesar da natureza muitas vezes assintomática da doença, a detecção precoce pode levar a uma redução de até 80% na mortalidade pelo câncer do colo do útero. “Muitas mulheres só descobrem a doença em estágios avançados. Por isso, sempre recomendo que as pacientes realizem regularmente seus exames de rotina, como o Papanicolau. Além disso, o acesso a informações precisas desempenha um papel fundamental no combate ao HPV”, conclui Marcela Bonalumi.